Saiba mais sobre o Tratamento do Câncer do Fígado
Na última década houveram muitos avanços no tratamento do câncer do fígado.
O que é ocâncer de fígado?
O câncer do fígado pode ser primário (que se origina do próprio órgão) ou secundário (tem origem em outro órgão e se dissemina através das metástases para o fígado).
Dentre os tumores primários do fígado, o mais comum é o hepatocarcinoma, também chamado de carcinoma hepatocelular. Trata-se de um tumor agressivo, e representa 80% dos casos dos tumores primários do fígado. Outro tipo também agressivo é o colangiocarcinoma (originado nos dutos biliares do fígado).
Dentre os fatores de risco gerais para os cânceres de fígado estão o tabagismo, o etilismo e a obesidade.
Um fator de risco relacionado especificamente ao hepatocarcinoma é a cirrose hepática, que por sua vez pode ser decorrente do alcoolismo ou da hepatite crônica por vírus B ou C. Em áreas endêmicas, a esquistossomose (doença conhecida por barriga d’água) é considerada também um fator de risco. Menos comum nos dias atuais, outra causa é a contaminação de grãos mal armazenados pelo fungo aspergillus flavus.
Já o colangiocarcinoma, está relacionado com inflamações das vias biliares, principalmente com a clonorquíase – infestação pelo verme clonorchis sinensis, bastante frequente nos países asiáticos e africanos.
Alguns dados quevocê precisa saber!
Cerca de 50% dos pacientes com hepatocarcinoma tem cirrose hepática
Mais de 800.000 pessoas são diagnosticadas com câncer de fígado por ano no mundo
Quando diagnosticado em estágios iniciais as taxas de cura podem atingir 40%
Quais os principaissintomas do câncer de fígado?
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Dor abdominal
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Sensação de “massa” palpável no abdome
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Distensão abdominal
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Perda de peso associada a perda de apetite
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Mal-estar e náuseas
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Icterícia (ou “amarelão) que se manifesta pela tonalidade amarelada na pele e nos olhos, urina escura e fezes mais claras
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Ascite, que é o acúmulo de líquido no abdome
Quais os principais tratamentos para o câncer de fígado?
O tratamento do câncer primário do fígado dependerá do tipo do tumor, do estágio, do tamanho, da idade e da condição clínica do paciente.
O calangiocarcinoma é tratado principalmente com cirurgia nos estágios iniciais e com quimioterapia nos estágios mais avançados.
Em relação ao hepatocarcinoma, nos tumores considerados “ressecáveis”, ou seja, operáveis, a cirurgia é a sempre uma indicação. Em pacientes sem condições clínicas para a cirurgia, tratamentos como a radioablação, a quimioembolização, a radioembolização e a radioterapia estereotáxica (SBRT) são também alternativas terapêuticas.
O transplante de fígado é indicado quando o tumor é inicial, mas o paciente é portador de cirrose hepática em estágios mais críticos.
Nos casos mais avançados e metastáticos o tratamento é feito a base de medicamentos, como a quimioterapia e as chamadas terapias-alvo.
O tratamento desse tumor exige uma abordagem multidisciplinar, que envolve vários profissionais de diversas especialidades. Em nosso grupo, discutimos semanalmente os casos para que o paciente receba sempre a melhor opção terapêutica.
Ficou com alguma dúvida?Confira algumas perguntas frequentes
Quais são os fatores de risco do câncer de fígado?
Gênero
O carcinoma hepatocelular é muito mais comum em homens do que em mulheres. Esse fator é provavelmente devido ao comportamento masculino, como será descrito nos fatores de risco descritos abaixo. O subtipo fibrolamelar é o mais comum em mulheres.
Raça / etnia
Nos Estados Unidos, os asiáticos-americanos e os habitantes das ilhas do Pacífico têm as maiores taxas de câncer de fígado, seguidos pelos índios americanos / nativos do Alasca e hispânicos / latinos, afro-americanos e brancos.
Hepatite viral crônica (Hepatite B ou Hepatite C)
Em todo o mundo, o fator de risco mais comum para o câncer de fígado é a infecção crônica (a longo prazo) pelo vírus da hepatite B (HBV) ou pelo vírus da hepatite C (HCV). Essas infecções levam à cirrose do fígado e são responsáveis por tornar o câncer de fígado o câncer mais comum em muitas partes do mundo.
Cirrose
A cirrose é uma doença na qual as células do fígado são danificadas e substituídas pelo tecido cicatricial. Pessoas com cirrose têm um risco aumentado de câncer de fígado. A maioria das pessoas que desenvolvem câncer de fígado tem alguma evidência de cirrose. Existem várias causas possíveis de cirrose. A maioria dos casos ocorre em pessoas que abusam do álcool ou têm infecções crônicas por HBV ou HCV.
Doença hepática gordurosa não alcoólica
A doença hepática gordurosa não alcoólica, uma condição em que as pessoas que consomem pouco ou nenhum álcool desenvolvem um fígado gorduroso, é comum em pessoas obesas. Essa situação é conhecida como esteatose e pode levar à cirrose e ao hepatocarcinoma.
Cirrose biliar primária
Alguns tipos de doenças autoimunes que afetam o fígado também podem causar cirrose, por exemplo, uma doença chamada cirrose biliar primária (CBP). Na CBP, os ductos biliares no fígado são danificados e até destruídos, o que pode levar à cirrose. Pessoas com CBP avançado têm um alto risco de câncer de fígado.
Doenças metabólicas hereditárias
Pessoas com hemocromatose hereditária absorvem muito ferro da comida. O ferro se instala nos tecidos de todo o corpo, incluindo o fígado e em alguns casos pode levar à cirrose e ao câncer de fígado.
Uso abusivo de álcool
O abuso de álcool é uma das principais causas de cirrose, que por sua vez, está ligada a um risco aumentado de câncer de fígado.
Obesidade
A obesidade aumenta o risco de desenvolver câncer de fígado. Possivelmente existe uma correlação entre doença hepática gordurosa e cirrose.
Diabetes tipo 2
O diabetes tipo 2 tem sido associado a um risco aumentado de câncer de fígado, geralmente em pacientes que também têm outros fatores de risco, como o uso abusivo de álcool e/ou hepatite viral crônica. Esse risco pode ser potencializado porque as pessoas com diabetes tipo 2 tendem a estar acima do peso ou por serem obesas, o que, por sua vez, pode causar problemas no fígado.
Aflatoxinas
Essas substâncias causadoras de câncer são produzidas por um fungo que contamina o amendoim, trigo, soja, milho e arroz. O armazenamento em um ambiente úmido e quente pode levar ao crescimento desse fungo. Embora isso possa ocorrer em praticamente qualquer lugar do mundo, é mais comum em países mais quentes e tropicais. Países desenvolvidos, como os Estados Unidos e os da Europa, regulam o conteúdo de aflatoxinas em alimentos por meio de testes. A exposição prolongada a essas substâncias é um importante fator de risco para câncer de fígado. O risco é ainda maior em pessoas com infecções por hepatite B ou C.
Cloreto de vinila e dióxido de tório (Thorotrast)
A exposição a essas substâncias aumenta o risco de angiossarcoma do fígado. Também aumenta o risco de desenvolver colangiocarcinoma e câncer hepatocelular, mas em um grau muito menor. O cloreto de vinila é uma substância utilizada na fabricação de alguns tipos de plásticos. O Thorotrast é um produto químico que no passado foi injetado em alguns pacientes como parte de certos exames de raios-x. Quando as propriedades causadoras de câncer desses produtos químicos foram reconhecidas, foram tomadas medidas para eliminá-las ou minimizar a sua exposição. O Thorotrast não é mais utilizado e a exposição dos trabalhadores ao cloreto de vinila é estritamente regulada.
Esteroides anabolizantes
Os esteroides anabolizantes são hormônios masculinos usados por alguns atletas para aumentar sua força e sua massa muscular. O uso prolongado de esteroides anabolizantes pode aumentar ligeiramente o risco de câncer hepatocelular. Os corticosteroides, como a hidrocortisona, a prednisona e a dexametasona, porém, não apresentam esse mesmo risco.
Infecção por parasitas
A infecção pelo parasita causador da esquistossomose pode causar danos ao fígado e está ligada ao câncer de fígado. Esse parasita é encontrado na Ásia, África e América do Sul.
Tabagismo
O tabagismo aumenta o risco de câncer de fígado. Os ex-fumantes têm um risco menor do que os fumantes ativos, mas ambos os grupos têm um risco maior do que aqueles que nunca fumaram.
Como é feito o diagnóstico do câncer do fígado?
Ultrassonografia
Geralmente é o primeiro exame a ser solicitado pela maioria dos médicos na avaliação de dor abdominal. No entanto quando uma lesão suspeita no fígado é evidenciada por esse exame, a realização de uma tomografia ou ressonância é necessária.
Tomografia computadorizada (TC)
A tomografia pode fornecer informações precisas sobre o tamanho, a forma e a posição de qualquer tumor no fígado ou em qualquer outra parte do abdome, bem como nos vasos sanguíneos próximos. A tomografia computadorizada também pode ser usada para guiar uma agulha de biópsia precisamente em um tumor suspeito (chamado de biópsia por agulha guiada por TC ). Além disso, se o diagnóstico de câncer de fígado já foi estabelecido, a TC poderá ser solicitada para avaliar a presença de metástases nos pulmões.
Ressonância magnética (RM)
Exames de ressonância magnética podem ser muito úteis para avaliar os tumores do fígado. Muitas vezes, a RM é necessária para diferenciar um tumor benigno de um tumor maligno.
Cintilografia óssea
Uma cintilografia óssea é indicada como exame de estadiamento, para procurar metástases nos ossos. Os ossos são um sítio relativamente comum de metástases de hepatocarcinoma.
Biópsia
Uma biópsia é a remoção de uma amostra de tecido para se obter o diagnóstico de câncer. As vezes, a única maneira de se ter certeza de que o câncer de fígado está presente é através de uma biópsia. Mas nem sempre ela é necessária. Muitas vezes os exames de imagem, associados à um valor elevado do marcador alfafetoproteína (no sangue) , são suficientes para o diagnóstico. Se uma biópsia é necessária, ela pode ser realizada de várias maneiras: guiada por exame de imagem, por laparoscopia ou por cirurgia.
EXAMES LABORATORIAIS
Alfafetoproteína (AFP)
A AFP é uma substância produzida pelo hepatocarcinoma e seus níveis elevados em um exame de sangue, podem correlacionados com a presença desse tumor. Se os níveis de AFP são muito altos em alguém com uma lesão no fígado, pode ser um sinal de que a lesão é um câncer de fígado. Mas, como o câncer de fígado não é a única doença a elevar os níveis de AFP e muitos pacientes com câncer de fígado precoce têm níveis normais de AFP, o exame não deve ser utilizado como critério isolado para o diagnóstico.
Como o câncer de fígado geralmente se desenvolve em fígados já lesados por hepatite e/ ou cirrose, os médicos precisam conhecer a condição do fígado antes de iniciar o tratamento. Uma série de exames de sangue pode medir os níveis de certas substâncias que revelam informações sobre o funcionamento do fígado.
Hemograma completo (CBC): este exame mede os níveis de glóbulos vermelhos (que transportam oxigênio por todo o corpo), glóbulos brancos (que combatem infecções) e plaquetas (que ajudam o coágulo sanguíneo). O exame pode indicar anemia e outras alterações que sugerem a presença da doença.
Quais são os estágios do câncer de fígado?
Os estágios do câncer de fígado variam de I (1) a IV (4). Como regra geral, quanto menor o estágio, melhor é o prognóstico. Quanto maior o número, mais avançada está a doença e menor é a chance de cura. Embora a experiência de câncer de cada pessoa seja única, os cânceres com estágios similares tendem a ter uma perspectiva semelhante e são frequentemente tratados da mesma maneira.
Como prevenir o câncer de fígado?
Muitos cânceres de fígado podem ser prevenidos com a redução da exposição a fatores de risco conhecidos para esta doença. Algumas condutas eficazes são descritas a seguir.
Evitar e tratar infecções por hepatite
Em todo o mundo, o fator de risco mais significativo para o câncer de fígado é a infecção crônica pelo vírus da hepatite B (VHB) e pelo vírus da hepatite C (VHB). Esses vírus podem se espalhar de pessoa para pessoa através do compartilhamento de agulhas contaminadas (como no uso de drogas) e através de relações sexuais desprotegidas. Portanto, alguns desses cânceres podem ser prevenidos pelo não compartilhamento de agulhas e pela adoção de práticas sexuais seguras (como o uso consciente de preservativos) .
A vacina para ajudar a prevenir a infecção pelo VHB está disponível desde o início dos anos 80. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a vacinação para crianças e para adultos de risco.
Não há vacina para o VHC. A prevenção da infecção pelo VHC, bem como a infecção pelo VHB em pessoas que não foram imunizadas, é baseada na compreensão de como essas infecções ocorrem.
As transfusões de sangue já foram uma das principais fontes de infecção por hepatite. Mas, atualmente, como os bancos testam as amostras de sangue doadas, para procurar esses vírus, o risco de contrair uma infecção por hepatite em uma transfusão de sangue é extremamente baixo.
Limitar o uso de álcool
O alcoolismo e o abuso de álcool podem levar à cirrose, que por sua vez pode levar ao câncer de fígado. Evitar o consumo de álcool ou beber com moderação pode ajudar a prevenir o câncer de fígado.
Evitar o tabagismo
O tabagismo também aumenta o risco de câncer de fígado. Para os tabagistas, a suspensão do hábito de fumar ajudará a diminuir o risco deste câncer, bem como muitos outros tipos de câncer e doenças potencialmente fatais.
Evitar a obesidade
Evitar a obesidade pode ser outra maneira de diminuir do câncer de fígado. Pessoas obesas são mais propensas a ter doença hepática gordurosa e diabetes, ambas relacionadas ao câncer de fígado.
Limitar a exposição a substâncias químicas causadoras de câncer
Medidas que possam mudar a forma como certos grãos são armazenados em países tropicais e subtropicais podem reduzir a exposição a substâncias causadoras de câncer, como as aflatoxinas. Muitos países desenvolvidos já possuem regulamentações para prevenir e monitorar a contaminação de grãos.
Sou o Dr. Marciano Anghinoni
Bem-vindo ao meu site pessoal. Sou Médico Cirurgião Oncológico com formação complementar em tumores do aparelho digestivo, incluindo os tumores do fígado, pâncreas e vias biliares, além dos tumores do peritônio e retroperitônio. Atuo na cidade de Curitiba/PR.
Mais de 2.000 cirurgias
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Ofereço atendimento personalizado e possuo serviço de concierge e parceria com empresa especializada em turismo médico para pacientes de outras cidades que desejam se tratar com nossa equipe em Curitiba.
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O tratamento do câncer exige agilidade e uma abordagem individualizada.
Meu foco de atuação é o tratamento dos tumores do aparelho digestivo, peritônio e retroperitônio. Após uma consulta humanizada, cada caso é discutido em uma reunião multidisciplinar com vários especialistas, uma tendência mundial que se reflete em melhores resultados e maior chance de cura. Quando uma cirurgia é indicada, realizo os procedimentos por via laparotômica (cirurgia aberta), laparoscópica ou robótica, de acordo com o caso e a indicação. Faço parte de uma equipe de cirurgiões especialistas focados no tratamento do câncer digestivo, que atua nos melhores e mais conceituados hospitais de Curitiba.
Meu consultório fica em Curitiba no Centro de Oncologia do Paraná, local de fácil acesso e um dos mais bem conceituados centros de tratamentos oncológicos do Brasil.
Faço parte do corpo clínico dos principais hospitais de Curitiba, onde realizo cirurgias oncológicas do aparelho digestivo por via convencional, laparoscópica e robótica.